A Comissão Europeia criou hoje um “Grupo de Alto Nível” que irá potenciar as interligações energéticas entre a Península Ibérica o resto da União Europeia. O memorando de entendimento que cria o grupo foi assinado esta segunda-feira no Luxemburgo, informa a Comissão Europeia.
Este grupo elaborará um plano para aplicar a denominada Declaração de Madrid, assinada a 4 de Março pelo presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, pelo presidente da República Francesa, François Hollande, pelo primeiro-ministro espanhol Espanha, Mariano Rajoy, e pelo primeiro‑ministro português, Pedro Passos Coelho.
O “Grupo de Alto Nível” vai ocupar-se das infra-estruturas de gás e de eletricidade, assegurará um acompanhamento regular e prestará assistência técnica aos Estados-Membros.
Para apoiar os trabalhos deste grupo a Comissão Europeia já lançou dois estudos sobre as vantagens, os custos e as possibilidades técnicas de novas interconexões de eletricidade e gás entre a Península Ibérica e o resto da Europa.
Os resultados do estudo sobre a electricidade serão apresentados no Outono e os resultados do estudo sobre o gás estarão disponíveis em Dezembro de 2015.
O comissário europeu, Miguel Arias Cañete, sublinha que a energia deve circular livremente em toda a Europa, o que trará vantagens à União Europeia no seu todo e, designadamente, aos consumidores europeus, reforçará a competitividade da indústria e criará postos de trabalho, protegendo, simultaneamente, o ambiente através de uma melhor utilização de energias renováveis promovendo ao mesmo tempo a segurança energética.
“A criação do 'Grupo de Alto Nível' é um passo importante neste sentido porquanto os seus trabalhos serão essenciais para se conseguir a integração entre a Península Ibérica e o resto do mercado da energia da EU”, realça.
O plano a elaborar pelo Grupo de Alto Nível centrar-se-á na concretização do objectivo da União Europeia de alcançar, até 2020, a meta de 10 por cento de interconexões elétricas.
“Tal significa que cada Estado-Membro deve garantir a instalação de cabos de eletricidade que permitam que pelo menos 10 por cento da eletricidade produzida pelas suas centrais eléctricas seja transportada através das suas fronteiras para os países vizinhos”, esclarece a Comissão Europeia.
O actual nível de interconexão entre Portugal e a Espanha é de apenas 4 por cento. No quadro do plano, será dada prioridade ao projeto do Golfo de Biscaia e a duas linhas que atravessam os Pirenéus.
