O Professor Kees van Leeuwen, cientista do KWR Watercycle Research Institute, na Holanda, proferiu recentemente um testemunho que reforça alguns dos comentários feitos anteriormente nesta coluna.
Por isso, com a devida vénia, aqui transcrevo alguns extratos: “Durante muito tempo, as pessoas pensaram que existia água em abundância. Na verdade, é um recurso escasso. Por isso, precisamos de desenvolver políticas mais inteligentes para a sua gestão, voltadas para o futuro dos nossos filhos e netos.”
“Em 2013, a Comissão Europeia publicou a sua abordagem para as smart cities, limitando-se às TIC, aos transportes e à energia. A água, os resíduos e as alterações climáticas não foram incluídos. Os cientistas não devem deixar de dizer à Comissão Europeia que excluir a água é o erro do século! Eu acredito que a inexistência de foco nas questões da água em organizações internacionais se verifica apenas ao nível da Comissão Europeia, pois noutras organizações, como a OCDE, a ONU, a FAO, a OMS, o World Economic Forum, etc., a água recebe a atenção que merece”.
“Na verdade, tem havido alguns desenvolvimentos recentes neste âmbito, mas não têm sido coerentes e globais, apenas pontuais ou sectoriais. Mas os estrangulamentos não são ao nível da tecnologia. O verdadeiro estrangulamento está na governança nas cidades…”
Armando Silva Afonso é professor da Universidade de Aveiro e fundador e atual presidente da direção da ANQIP (Associação Nacional para a Qualidade nas Instalações Prediais).