Opinião Eduardo Fonseca: «Escritórios Lisboa - Venda VS Arrendamento»

19.03.2015

O ano de 2014 foi um ano de viragem para o mercado de escritórios em Lisboa com uma área total colocada no mercado de 127.000m². Teremos de recuar até 2008 para encontrar um ano com um nível de absorção superior a este. Há que reforçar este excelente resultado, tendo em consideração que a referência anterior (2013), representou o pior ano de sempre com um total de área contratada de 77.000m².

 

Analisando o número de transações associadas ao “Take Up” de 2014 é de realçar que, num universo de 239 negócios realizados, apenas um foi registado como venda. As demais foram operações de arrendamento.


Tendo esta métrica como análise, o número de vendas de escritórios no nosso mercado, tendo por base a compra direta pelo utilizador final é muito reduzida quando comparada com o número de transações de arrendamento.

 

Analisando os anos de 2011 e 2012 foram transacionados 10.000m² respetivamente. Em 2013 quebrou o número de metros quadrados colocados no mercado, mantendo-se o mesmo número de transações, o que resulta de um maior movimento de vendas dentro das PME’s.

 

Desde sempre que identificámos procuras para a compra de escritórios (dentro da filosofia de utilizador final), principalmente de empresas nacionais e de alguns sectores de atividade e profissionais liberais. O número de procuras diminuiu significativamente nos últimos 3 anos, tendo como principal justificação a dificuldade de acesso a crédito associado à quebra das rendas de mercado. Tendencialmente as empresas optaram pelo arrendamento das suas instalações.

 

Com o início de 2015 regista-se uma evolução positiva deste modelo de negócio com um aumento significativo da procura para aquisição.

 

Identificamos como principais fatores para esta mudança o aumento da confiança e maior disponibilidade financeira por parte das empresas.

 

Perante esta realidade a maior dificuldade prende-se com a oferta de escritórios para venda, que é reduzida em algumas zonas de Lisboa. Dentro da existente muitos dos escritórios apresentam uma qualidade reduzida.

 

Mantendo-se esta tendência e analisadas devidamente as zonas mais apetecidas pelos compradores poderá representar uma oportunidade a promoção/reabilitação de edifícios de escritórios com a finalidade de venda. 

 

Relativamente ao mercado de arrendamento, o início de 2015, analisando a área transacionada nos primeiros dois meses, que totalizava 19.152m², regista-se uma subida face a igual período de 2014, de mais 8.261m².

 

Mantendo-se esta evolução positiva estamos seguramente perante mais um ano de sucesso no nosso mercado de escritórios. 

 

Eduardo Fonseca é Director no Departamento de Escritórios da Aguirre Newman Portugal. Antes de ingressar na firma, em 2007, trabalhou em empresas como a Insígnia e Cosmopolita. Durante dez anos de actividade profissional no sector de Retalho foi responsável pela identificação de oferta e procura, acompanhamento, negociação e fecho de várias operações de venda e arrendamento, assim como processos de renegociação de rendas, assumindo o cargo de direcção do departamento de Retalho em 2005 na Cosmopolita, cargo que continuou a desempenhar na Aguirre Newman até final de 2010.

TAGS: imobiliário , escritórios , Aguirre Newman , opinião , Eduardo Fonseca
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