Editorial João Pedro Costa:"Que esperar da COP21?"

02.12.2015

Estas palavras são escritas durante o arranque da COP21 (21ª Conferência dos Parceiros), em Paris, no âmbito da Rede as Nações Unidas para as Alterações Climáticas (UNFCCC). Em linha com a evolução do sentir da comunidade internacional, as palavras do Papa Francisco são reveladoras da uma maior consciência e mobilização, que não tem tido expressão em resultados concretos: “Desde a primeira conferência, que foi em Tóquio, até hoje, fez-se pouca coisa e, cada ano, os problemas são mais graves. Atingimos o limite! Estamos no limite de um suicídio – para usar uma palavra forte. Estou certo que a quase totalidade dos que estão em Paris no COP 21, têm esta consciência e querem fazer alguma coisa”. Podia citar igualmente as palavras do Presidente Obama, que também deixou a neutralidade para tomar parte pública, ainda que não correspondida por vários agentes económicos norte-americanos.

 

Pelas experiências anteriores, e face à situação política e económica internacional, não é estimável que de Paris venha a sair um passo revolucionário ou definitivo na agenda internacional das alterações climáticas. Avanços mais ou menos significativos, será o que esperamos poder medir dentro de uns dias. Porém, não passa ao lado que talvez o maior passo de Paris já tenha sido dado, mesmo antes de começar. Ao ver o Papa Francisco ou o Presidente Obama a tomar parte, Paris já acrescentou algo de novo. Os resultados efetivos poderão ser mais ou menos expressivos, mas a causa da sustentabilidade climática ganhou novo fôlego, e não acaba em Paris.

 

João Pedro Costa é o director do Jornal Arquitecturas.

TAGS: editorial , João Pedro Costa , COP21
Vai gostar de ver
VOLTAR