Luís Pereira (Vibeiras): “A nossa estabilidade vem muito da internacionalização” (COM VÍDEO)

Empresa está presente em Angola, Moçambique, Marrocos e Qatar

04.03.2015

A aventura da internacionalização começou há dez anos para a Vibeiras. A empresa portuguesa de arquitectura paisagista abalançou-se para mercados estrangeiros ao sentir que havia massa crítica, recursos financeiros e ‘saber-fazer’ suficiente para fazer a diferença além-fronteiras.

 

Primeiro a empresa avançou para os mercados lusófonos e estabeleceu-se em Angola e Moçambique. Só depois surgiu a oportunidade de trabalhar o mercado marroquino. Qatar, onde a Vibeiras está há ano e meio, é a conquista mais recente.  

  

“Não escondo que temos tido sucesso na internacionalização. Esta nossa estratégia nunca foi uma tábua de salvação, é errado dizer isso, mas curiosamente hoje a nossa estabilidade vem muito daí” tendo em conta a recessão do mercado nacional, explica o administrador da Vibeiras, Luís Santos Pereira, em entrevista ao Jornal Arquitecturas.

 

Grande parte da facturação da empresa, que em termos globais ronda os 35 milhões de euros, provém do estrangeiro. Lá fora a Vibeiras dá trabalho a cerca de 600 pessoas. Mais do que em Portugal onde emprega aproximadamente 350 pessoas. A maior parte dos colaboradores são locais, mas a gestão técnica é assegurada por profissionais portugueses.

 

“INTERNACIONALIZAÇÃO NÃO É EMIGRAÇÃO”

 

Luís Santos Pereira, arquitecto paisagista de formação, lembra que o processo de internacionalização que a empresa trilha há uma década nada tem que ver com o conceito de emigração, ao contrário do que alguns entendem.

 

“Emigrar é abandonar o país para ir procurar trabalho noutro sítio onde se conseguem encontrar outras condições. O que temos na Vibeiras é uma cultura de diversificação de espaços. Se trabalhamos de norte a sul do país então por que não ter também a mesma filosofia e trabalhar noutros países? As pessoas que trabalham em Angola não trabalharão lá resto da vida em Angola”, esclarece.

 

Depois de uma entrada de sucesso em Angola e Moçambique, a empresa assentou arraiais em Marrocos e está quase se “pedra e cal” no Qatar, onde chegou há ano e meio em parceria com uma empresa local.

 

“Neste primeiro ano de vida já conseguimos contratos. Já passámos a fase meramente comercial para a fase produtiva”, diz com orgulho o administrador de uma empresa “Made in Portugal”, mas que se afirma cada vez mais nos mercados internacionais.

 

A empresa, criada há 25 anos, integra desde 2008 o grupo Mota-Engil. Opera na área da arquitectura paisagista assegurando o projecto, construção e manutenção de espaços exteriores, parques e jardins, relvados e espaços de jogo e recreio.

 

A Vibeiras tem mais de mil obras em território nacional e deixou a sua marca em alguns projectos emblemáticos. Foi uma das empresas responsáveis pela execução do projecto da Ribeira das Naus, em Lisboa, obra inaugurada no ano passado. É a empresa que assegura, por exemplo, a manutenção do relvado da Academia do Sporting e dos espaços exteriores da Fundação Champalimaud.

 

Ana Santiago

TAGS: Vibeiras , Luís Santos Pereira , internacionalização , empresas
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